(Reuters) - A Rússia e a Ucrânia disseram que repeliram vários ataques aéreos no final da terça-feira e início de quarta, com a intensificação dos ataques às regiões de fronteira forçando a retirada de civis de ambos os lados.
Autoridades russas disseram que os sistemas de defesa aérea destruíram mísseis e drones lançados pela Ucrânia nas regiões de Belgorod, Kursk e Voronezh, na fronteira com a Ucrânia. Os drones também foram derrubados nas profundezas da Rússia, na região de Saratov.
Enquanto isso, intenso bombardeio russo na região de Sumy, na fronteira nordeste da Ucrânia, fez com que Kiev ordenasse a retirada de civis.
O Ministério da Defesa da Rússia, postando no aplicativo de mensagens Telegram, disse que as unidades de defesa aérea haviam interceptado uma dúzia de foguetes e mísseis sobre a região de Belgorod às 22h de terça-feira. Pouco depois, o governo afirmou que havia interceptado mais dois mísseis, incluindo um Patriot fabricado nos EUA, sobre a região vizinha de Kursk.
No início da quarta-feira, o governador da região de Saratov, Roman Busargin, disse que dois drones lançados pela Ucrânia foram interceptados perto da cidade de Engels. A Rússia tem uma base militar de bombardeiros estratégicos perto da cidade.
Não houve registro de vítimas ou grandes danos em nenhum dos ataques lançados pela Ucrânia.
O governador de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, disse no final da terça-feira que 1.200 crianças das áreas de maior risco serão transportadas temporariamente até o final da semana para outras regiões russas. Ele acrescentou que cerca de 9.000 pessoas pediram para ser retiradas.
Já o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, em seu discurso noturno em vídeo, criticou os ataques "constantes" da Rússia à região de Sumy, no nordeste da Ucrânia.
"Desde o início do mês, a aviação russa já lançou quase 200 bombas guiadas sobre as comunidades da região de Sumy", disse ele. "Vilarejos, cidades, infraestrutura civil".
Autoridades de Sumy disseram que houve 30 casos de bombardeios durante o dia de terça-feira. Uma pessoa foi morta na comunidade fronteiriça de Velyka Pysarivka, ponto focal de uma retirada que começou na semana passada.
Cerca de 200 pessoas foram retiradas das áreas ameaçadas perto de Velyka Pysarivka na semana passada, disseram autoridades locais ucranianas.
Ambos os lados negam ter como alvo civis na guerra que a Rússia iniciou com sua invasão em grande escala na Ucrânia há dois anos e que, desde então, matou milhares de pessoas e deslocou milhões.
O desenvolvimento e o uso de drones e de outras armas aéreas têm cada vez mais deslocado o conflito do campo de batalha para ataques aéreos contra infraestrutura militar, de energia e de transporte de cada um dos lados.
(Reportagem de Ron Popeski, Maria Starkova e Lidia Kelly)