O presidente da Rússia, Vladimir Putin (Rússia Unida, centro), disse nesta 5ª feira (19.dez.2024) que o país deveria fazer um “duelo” com os Estados Unidos para mostrar a potência do novo míssil balístico hipersônico russo, chamado de Oreshnik. Na entrevista anual a jornalistas, o líder disse que o artefato é capaz de derrotar qualquer sistema de defesa antimísseis norte-americano.
Putin falava sobre a descrença com o Oreshnik e disse que gostaria de chamar o Ocidente e os EUA “para conduzir uma espécie de experimento tecnológico e ter um duelo de alta tecnologia no estilo do século 21”.
Putin declarou: “Deixe-os escolher um alvo, digamos, em Kiev [capital da Ucrânia], e colocar seus sistemas de defesa aérea e de mísseis lá. Lançaremos um míssil Oreshnik no alvo. Veremos o que acontece. Estamos prontos para tal experimento”.
A Rússia lançou o Oreshnik pela 1ª vez contra a cidade ucraniana de Dnipro em 21 de novembro. À época, os militares dos Estados Unidos declararam que o míssil foi baseado no projeto do míssil balístico intercontinental (ICBM) RS-26 Rubezh de longo alcance.
Putin foi perguntado sobre a relação que pretendia manter com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano). Disse que não fala com o norte-americano há mais de 4 anos, mas que estava pronto para conversar com o republicano.
SÍRIA
O presidente russo falou sobre a situação na Síria. Ele é aliado do agora ex-presidente sírio, Bashar al-Assad, que deixou o cargo depois que seu governo caiu em 8 de dezembro, quando rebeldes do grupo HTS (Hayat Tahrir al-Sham) tomaram a capital de Damasco. Assad buscou refúgio na Rússia.
Putin negou que o colapso do governo de Assad represente uma derrota para a Rússia.
“Não vi o [ex] presidente Assad depois de sua chegada a Moscou, mas estou planejando fazê-lo”, disse Putin. “Terei uma conversa com ele. Somos adultos e nos entendemos”, afirmou.
UCRÂNIA
Putin afirmou que a situação na Ucrânia está “mudando drasticamente” e que as forças russas estão “recuperando o território” que havia perdido nos últimos tempos. Segundo ele, o país está “chegando mais perto” de alcançar os objetivos com a invasão, que seu governo chama de “operação especial”.
Ele afirma que a Ucrânia se recusou a manter negociações para o fim do conflito e que a Rússia está preparada para um “compromisso”.