MOSCOU (Reuters) - A Rússia disse nesta segunda-feira que expulsou um jornalista japonês por tentar obter informações secretas relacionadas às capacidades militares russas no Extremo Oriente, informou a agência de notícias RIA.
O jornalista, que não teve o nome citado, recebeu 72 horas para deixar a Rússia e já havia saído do país, depois de ser detido pela polícia na cidade portuária russa de Vladivostok,no mês passado, informou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, segundo a RIA.
O ministério convocou uma autoridade da embaixada japonesa para fazer um protesto diplomático oficial sobre o incidente, informou a RIA.
Os laços entre o Japão e a Rússia seguem tensas devido a uma longa disputa territorial sobre uma cadeia de ilhas no Pacífico. Conhecidas na Rússia como Ilhas Curilas e no Japão como Territórios do Norte, as ilhas foram capturadas pelo Exército soviético nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial.
A disputa impediu a Rússia e o Japão de assinarem um tratado formal de paz até hoje.
"O cidadão japonês foi detido pelos policiais russos em Vladivostok em 25 de dezembro de 2019, tentando receber materiais secretos sobre o potencial militar da Rússia no Extremo Oriente", disse o ministério.
O anúncio ocorre dois dias depois que uma empresa japonesa de telecomunicações, SoftBank Group Corp, disse que um de seus ex-funcionários havia sido preso por suspeita de vazamento de informações da empresa.
O ex-funcionário é suspeito de passar informações para a missão comercial da Rússia no Japão em troca de dinheiro, informou o jornal Nikkei, citando a polícia.
(Reportagem de Gabrielle Tétrault-Farber)