MOSCOU (Reuters) - A Rússia está trabalhando em medidas defensivas para se preparar para possíveis novas sanções dos Estados Unidos e de outros países, disse o Kremlin nesta quarta-feira.
Em agosto, o presidente dos EUA, Donald Trump, transformou em lei um novo pacote de sanções redigidas por parlamentares norte-americanos contra Moscou. Uma das cláusulas pede que o Tesouro dos EUA apresente um relatório sobre o impacto de se ampliar as sanções para incluir a dívida soberana russa, e um resultado é esperado já para fevereiro.
As sanções impostas por Washington e pela União Europeia em reação à anexação russa da província ucraniana da Crimeia em 2014 e ao apoio de Moscou a separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia continuam em vigor, mas as alegações norte-americanas de que os russos interferiram na eleição presidencial dos EUA do ano passado, que estes negam, provocaram pedidos de mais sanções.
Nesta quarta-feira o Kremlin foi instado a comentar reportagens segundo as quais o banco de desenvolvimento russo VEB planeja transferir seu banco Globex para o Estado e a especulação de que depois o banco será usado para prestar serviços ao complexo industrial militar para tentar proteger a Rússia de novas sanções.
"Estamos trabalhando e adotando medidas visando defender nossos interesses em um pano de fundo de possíveis novas ações e sanções restritivas de vários países, que continuamos a considerar ilegais", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em uma teleconferência com repórteres.
Ele não mencionou o banco Globex.
"Provavelmente não seria certo agora tornar público ou revelar todas estas medidas voltadas a diminuir nossos riscos", disse Peskov.
(Por Dmitry Solovyov)