O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta 3ª feira (19.set.2023) que a Rússia está raptando crianças dos territórios ucranianos invadidos por Moscou para “pressionar suas famílias” e “doutriná-las” para odiarem o país.
“Tentamos trazer as crianças de volta, mas o tempo está passando. O que acontecerá com elas? Essas crianças aprendem a odiar a Ucrânia. Isso é um genocídio”, disse Zelensky durante a 78ª Assembleia Geral da ONU.
A fala faz referência a informação divulgada nesta 3ª feira (19.set) pela agência de notícias de Belarus Belta. O país informou ter recebido 48 crianças ucranianas de áreas anexadas por Moscou para passarem um período de“férias”.
Em seu discurso, Zelensky também afirmou que a Rússia usa a sua influência no setor de gás e petróleo para enfraquecer líderes de outros países e produzir mais armamentos nucleares.
“O mundo testemunhou a Rússia usar óleo e gás para enfraquecer líderes de outros países. E agora essa ameaça é ainda maior. A Rússia está usando energia nuclear como arma, está tornando usinas de energia de outros países como bombas”, afirmou o presidente.
O líder ucraniano pediu para que os países se unam para combater a Rússia e criticou o armazenamento de armas nucleares por Moscou.
“A Ucrânia abriu mão de seu arsenal nuclear, e o mundo decidiu que a Rússia deveria manter o seu. Terroristas não têm direito de ter armas nucleares” afirmou o presidente ucraniano.
“Mais do que nunca, a humanidade deve agir em plena solidariedade para salvar vidas humanas. Assim como as armas nucleares são restringidas, o mesmo deve acontecer com o agressor e todas as suas ferramentas e métodos de guerra. Cada guerra agora pode tornar-se definitiva, mas é necessária a nossa unidade para garantir que a agressão não irá ocorrer novamente”, acrescentou Zelensky.
O presidente ucraniano ainda disse que, além de bombas nucleares, “a Rússia está a transformando muitas outras coisas em armas, que não são usadas apenas contra o nosso país”. Segundo ele, Moscou usa a escassez alimentar como mecanismo para conseguir reconhecimento das áreas dominadas pelo país.