MOSCOU (Reuters) - A Rússia disse nesta segunda-feira que pode deportar estrangeiros que forem diagnosticados com coronavírus, e enviou aviões militares para retirar seus cidadãos da província chinesa que está no epicentro da epidemia que já matou 361 pessoas.
A Rússia, que tem uma fronteira terrestre de 4.300 quilômetros com a China, relatou seus dois primeiros casos do vírus na semana passada nas regiões siberianas de Tyumen e Zabaykalsk, ambos envolvendo cidadãos chineses.
A Rússia suspendeu os trens de passageiros rumo à China na noite de domingo, e o último trem de Pequim entrou na Rússia vazio depois que 136 passageiros – todos cidadãos chineses – foram desembarcados na fronteira, relatou a agência de notícias RIA.
Moscou já restringiu os voos diretos para a China, sua maior parceira comercial, e os voos restantes estão sendo reorganizados em um terminal separado do Aeroporto Internacional Sheremetyevo da capital.
"Ainda não estamos assustados, mas se os médicos diagnosticarem casos (de coronavírus) em Moscou, aí é claro (que ficaremos)", disse uma autoridade de segurança, que usava máscara, em um posto de verificação do terminal de voos para a China à Reuters.
A partir de terça-feira, Sheremetyevo será o único local em que cidadãos estrangeiros vindos da China pelo ar poderão entrar na Rússia.
Guardas de fronteira e autoridades alfandegárias dos aeroportos de Moscou estão usando luvas e máscaras cirúrgicas. Na cidade, pessoas têm corrido para armazenar máscaras e algumas farmácias estão sem estoque, noticiou o jornal Vedomosti.
(Por Katya Golubkova e Tom Balmforth; reportagem adicional
de Gleb Stolyarov, Maria Kiselyova e Darya Korsunskaya)