NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A Rússia vetou nesta segunda-feira uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas que teria responsabilizado o Irã por fracassar em impedir suas armas de caírem nas mãos do grupo houthi do Iêmen.
No entanto, o Conselho de 15 membros adotou unanimemente uma resolução rival proposta pela Rússia que não menciona o Irã e que estende um regime de sanções específicas relacionado ao Iêmen, onde um conflito indireto está acontecendo entre o Irã e a Arábia Saudita, aliada dos Estados Unidos.
O veto da Rússia foi uma derrota para os Estados Unidos, que vinham fazendo lobby há meses para o Irã ser responsabilizado na ONU, enquanto ameaçam deixar um acordo de 2015 entre potências mundiais para conter o programa nuclear iraniano caso “falhas desastrosas” não sejam consertadas.
O Reino Unido havia esboçado uma resolução em consulta com os EUA e a França que inicialmente buscava condenar o Irã por violar um embargo de armas sobre líderes houthis e incluir um comprometimento do conselho para tomar ação sobre isto.
O esboço mais recente do Reino Unido derrubou a condenação e ao invés disto expressou preocupação que especialistas da ONU monitorando as sanções relataram de que o Irã havia violado um embargo específico de armas ao fracassar em impedir que mísseis e veículos aéreos não tripulados chegassem aos houthis.
Uma coalizão liderada pela Arábia Saudita interveio no Iêmen em 2015, apoiando forças do governo lutando contra rebeldes houthis, aliados ao Irã. O Irã negou ter fornecido armas para os houthis.
Uma resolução do Conselho de Segurança precisa de nove votos a favor e nenhum veto de Rússia, China, Estados Unidos, França ou Reino Unido para ser aprovada. A resolução esboçada pelo Reino Unido recebeu 11 votos a favor, dois contra – incluindo o veto da Rússia – e duas abstenções.
(Reportagem de Arshad Mohammed)