MOSCOU (Reuters) - A Rússia pode retaliar os Estados Unidos devido a expulsão de 35 diplomatas russos que o governo do ex-presidente Barack Obama disse serem espiões, informou autoridade do Kremlin nesta sexta-feira.
Moscou também está aguardando a devolução de dois complexos diplomáticos tomados nos Estados Unidos durante o mesmo escândalo de espionagem, disse Yuri Ushakov, um assistente de política estrangeira do Kremlin.
"Nós estamos aguardando a devolução de propriedade diplomática da Rússia ilegalmente apreendida antes do ano novo, pelas autoridades norte-americanas anteriores", disse Ushakov em uma coletiva de imprensa.
"Nós decidimos não responder imediatamente a essa escapada, mas ninguém aboliu até agora o princípio de reciprocidade na diplomacia... nossa paciência tem limites", disse, acrescentando que uma retaliação russa não pode ser descartada.
O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, levantou a questão do complexo durante uma visita a Washington nesta semana, disse.
Barack Obama ordenou a expulsão dos 35 russos no final de dezembro e impôs sanções a duas agências de inteligência russas devido ao que disse ser o envolvimento russo em ataques cibernéticos contra grupos políticos na eleição presidencial dos EUA do dia 8 de novembro.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse na época que não iria retaliar imediatamente e que esperaria pelo menos até que o então presidente eleito dos EUA, Donald Trump, assumisse o cargo no dia 20 de janeiro, antes de decidir qual ação tomar.
Ushakov disse que um encontro entre Putin e Trump deve acontecer sob o auspício da reunião do G20 em Hamburgo, na Alemanha, em julho e que é importante que o encontro traga resultados tangíveis.
(Reportagem de Denis Dyomkin)