MUNIQUE (Reuters) - A Rússia ganhou a supremacia na Síria e na região ao redor através das forças armadas, disse um aliado conservador da chanceler alemã Angela Merkel neste domingo, além de demonstrar dúvidas de que Moscou respeitaria um plano de trégua para o país devastado pela guerra.
"Eu acho que a Rússia ganhou a supremacia na região e isso é, em medidas históricas, uma novidade. E eles fizeram isso pelo uso da força armada", disse o chefe do Comitê para Assuntos Estrangeiros no Parlamento alemão e membro do partido conservador de Merkel, Norbert Roettgen.
Falando em conferência sobre segurança em Munique, ele disse estar cético sobre como a Rússia iria se comportar nos próximos dias e semanas, apesar de concordar com um "cessar de hostilidades" que deve começa dentro de uma semana.
O acordo firmado pelas grandes potências fica aquém de um cessar-fogo formal, pois não foi assinado pelas partes em conflito, o governo sírio e os rebeldes que buscam derrubar o presidente Bashar al-Assad.
Um dia após o acordo ser fechado, as tropas sírias, apoiadas por ataques aéreos russos, obtiveram ganhos contra os rebeldes perto da cidade síria de Aleppo, ao norte.
"A Rússia está determinada a criar os fatos no terreno, e quando eles tiverem feito isso, vão então convidar o Ocidente para lutar contra um inimigo comum, que é o ISIS", disse Roettgen. Em sua opinião, disse ele, a abordagem desqualificou Moscou como um parceiro crível na luta contra os militantes do Estado Islâmico.
Participando no mesmo painel, o senador norte-americano John McCain disse não ver o acordo, selado em Munique na manhã de sexta-feira após nove horas de negociações, como um avanço.