MOSCOU (Reuters) - A Rússia apelou à Alemanha e à França neste sábado para garantir que Kiev não incite violência no leste da Ucrânia para encorajar os Estados Unidos a enviarem armas letais às forças ucranianas.
Paris e Berlim ajudaram a mediar um acordo de paz na capital bielorussa de Minsk no dia 12 de fevereiro para dar fim aos confrontos entre forças do governo e separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, mas a trégua ainda está frágil.
Em uma entrevista com um canal de televisão russo, o ministro das Relações Exteriores Sergei Lavrov disse que estava preocupado que Kiev poderia encenar "provocações" para tentar convencer os Estados Unidos sobre o envio de ajuda à Kiev, o que consistiria em remessas de armas letais.
"Provocadores em Kiev poderiam "criar alguma coisa" na expectativa de que isso influencie a opinião mundial e armas chegarão à Ucrânia", disse ele no novo programa Vesti no sábado com Sergei Brilev.
"Estou convencido de que Berlim e Paris, os agentes mais importantes da negociação, devam prevenir que isso ocorra".
Lavrov também repetiu que é contra as forças de paz da Organização das Nações Unidas serem enviadas ao leste da Ucrânia.
Os Estados Unidos consideram o envio de armas letais à Ucrânia, mas nenhuma decisão foi tomada ainda.
Kiev acusa Moscou de não cumprir os termos dos acordos de Minsk. O governo ucraniano e o Ocidente dizem que a Rússia apoia separatistas no leste do país com armas e tropas, o que é negado pelo governo russo.
(Por Katya Golubkova)