NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A Rússia bloqueou um esforço ocidental no Conselho de Segurança da ONU, na quarta-feira, para condenar o ataque mortal da semana passada na Síria e forçar o aliado de Moscou, Bashar al-Assad, a cooperar com investigações internacionais sobre o incidente.
Foi a oitava vez durante a guerra civil na Síria que Moscou usou seu poder de veto no Conselho de Segurança para proteger o governo de Assad.
No mais recente veto, a Rússia bloqueou um projeto de resolução apoiado por Estados Unidos, França e Reino Unido para denunciar o ataque na cidade de Khan Sheikhoun e demandar que o governo de Assad dê acesso a investigadores e informações, como planos de voo.
O ataque com gás tóxico em 4 de abril levou os Estados Unidos a lançar um ataque com mísseis contra uma base aérea síria e ampliou um racha entre os Estados Unidos e a Rússia.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira que a confiança entre os dois países erodiu desde a posse do presidente dos EUA, Donald Trump.
O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, repetiu essa visão após reuniões com líderes russos em Moscou, dizendo que as relações estão em um nível baixo de confiança.
A China, que vetou seis resoluções sobre a Síria desde que a guerra civil começou há seis anos, absteve-se da votação de quarta-feira, juntamente com a Etiópia e o Cazaquistão. Dez países votaram a favor do texto, enquanto a Bolívia se juntou à Rússia ao votar não.
A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Nikki Haley, alertou Moscou contra a proteção de Assad, que depende do apoio da Rússia e do Irã em seu conflito contra rebeldes.
"Aos meus colegas da Rússia - vocês estão se isolando da comunidade internacional cada vez que um dos aviões de Assad derruba outra bomba de barril contra civis e cada vez que Assad tenta matar de fome outra comunidade", disse Haley durante uma reunião do Conselho de Segurança nesta quarta-feira.
(Reportagem de Michelle Nichols)