BEIRUTE (Reuters) - O governo sírio recentemente expulsou três funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU), uma medida que vai prejudicar a entrega de ajuda bastante necessária ao redor do país, disseram à Reuters pessoas do setor de ajuda humanitária nesta sexta-feira
Damasco nega bloquear a entrega de ajuda. Autoridades sírias não puderam ser contactadas de imediato para comentar o caso.
As expulsões aconteceram em um momento sensível. O mediador da Organização das Nações Unidas (ONU) Staffan de Mistura chegará ao país no sábado para discutir seu plano proposto a Damasco de encerrar os bombardeios à cidade de Aleppo, no norte, por um período de seis semanas.
"Estamos extremamente preocupados por dois funcionários do Ocha, que faziam um trabalho essencial com partes da oposição no terreno para garantir acesso a entregas de ajuda humanitária urgentemente necessária, terem sido solicitados a deixar o país sem nenhuma justificativa", disse Jens Laerke, porta-voz do Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês).
Um trabalhador de uma outra organização, que não tem autorização para falar publicamente sobre o assunto, disse que um membro de alto nível do Unicef também foi considerado "persona non grata" na Síria.
"Isso terá um grande impacto em operações vitais de ajuda na Síria, especialmente em termos da nossa capacidade de realizar negociações localmente para a passagem segura de entregas de ajuda", disse Laerke, do Ocha.
Profissionais de ajuda humanitária na Síria dizem que, no passado, Damasco usou ameaças de expulsões como forma de silenciar críticas e desencorajar tentativas de furar bloqueios.
De acordo com a ONU, pelo menos 212 mil pessoas permanecem sitiadas, a maioria por forças do governos, mas algumas também pelos insurgentes.