Por Dan Whitcomb
SAN FRANCISCO (Reuters) - San Francisco se preparou nesta sexta-feira para um fim de semana de protestos, incluindo uma manifestação de um grupo sediado no Oregon que líderes locais classificaram como "supremacista branco", e o prefeito da cidade pediu que os moradores boicotem o evento.
As manifestações planejadas para sexta-feira, sábado e domingo preocupam a polícia e as autoridades de San Francisco, já que uma quinzena atrás ativistas de direita, entre eles neonazistas e a Ku Klux Klan, enfrentaram manifestantes antirracismo nas ruas de Charlottesville, na Virgínia.
Uma mulher foi morta durante o evento "Una a Direita" quando um homem que se acredita ser simpatizante dos neonazistas lançou seu carro sobre uma multidão de manifestantes contrários. Dezenove outras pessoas ficaram feridas.
O evento de sábado está sendo divulgado como uma manifestação de "liberdade de expressão", mas críticos dizem que o Patriot Prayer, grupo de organizadores do Oregon, é formado por nacionalistas brancos, apontando para planos que podem incluir segurança armada do grupo de extrema-direita Oath Keepers.
No último final de semana, 33 pessoas foram presas em Boston enquanto dezenas de milhares de manifestantes ocupavam as ruas para reivindicar uma manifestação de "liberdade de expressão" com oradores da extrema-direita.
Em San Francisco, autoridades municipais como o prefeito Ed Lee pressionaram para que o Serviço Nacional de Parques rejeitasse uma permissão para o Patriot Prayer realizar um evento de liberdade de expressão em Crissy Field, que é parte da Área Recreativa Nacional Golden Gate e tem controle federal.
Quando a permissão foi concedida na quarta-feira, Lee instou os locais a essencialmente boicotarem o evento.
"Peço ao público e aos moradores da Bay Area de San Francisco para honrarem nosso pedido de não dignificar pessoas que estão vindo aqui sob o disfarce de palavras patrióticas e de oração para na verdade pregar violência e ódio", disse Lee em uma coletiva de imprensa.
O prefeito incentivou a população a comparecer a eventos promovidos pela cidade na sexta-feira e no sábado que, segundo disse, terão por foco a "inclusão, compaixão e amor, ao invés do ódio".
Em um comunicado por escrito, a líder democrata na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, repudiou o encontro do Patriot Prayer, classificando-o como uma "manifestação de supremacistas brancos".
Manifestantes da esquerda estão planejando uma contramarcha em Crissy Field, onde a polícia teme uma confrontação entre os dois grupos.
(Reportagem adicional de Alex Dobuzinskis)