Secretário de Estado dos EUA discute situação da Venezuela com Bolsonaro

Publicado 02.01.2019, 15:33
Atualizado 02.01.2019, 15:35
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BRASÍLIA (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, discutiu a situação da Venezuela com o presidente Jair Bolsonaro e com o novo chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, nesta quarta-feira, no contexto do que descreveu como uma frente unificada contra regimes autoritários na América Latina.

Em entrevista a repórteres após se reunir com o chanceler no Itamaraty, Pompeo citou Venezuela, Cuba e Nicarágua como países que não cumprem valores democráticos.

"Temos a oportunidade de trabalharmos juntos um com o outro contra regimes autoritários", disse o secretário de Estado sobre as relações entre Estados Unidos e Brasil, um dia após a cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro, com quem Pompeo também se reuniu.

De acordo com informações divulgadas pelo Palácio do Planalto, Bolsonaro reiterou no encontro com Pompeo preocupação com a situação venezuelana e reafirmou o compromisso do Brasil com a estabilidade regional da América do Sul e com a grave situação da Venezuela.

O presidente também comunicou a intenção de revogar a adesão do Brasil ao Pacto Global Sobre Migrações, reafirmando a importância dos Estados Unidos para a inserção internacional do Brasil e sua intenção de trabalhar para que a relação entre os dois países possam se tornar ainda mais benéficas para ambas as partes.

O vice-porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Robert Palladino, disse que Pompeo e o chanceler brasileiro discutiram formas de apoiar os povos de Cuba, Venezuela e Nicarágua para "restaurarem sua governança democrática e os direitos humanos".

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela respondeu às declarações de Pompeo, e disse em comunicado que "rejeita categoricamente" a "atitude intervencionista" do secretário de Estado norte-americano, acusando-o de buscar arregimentar apoio entre países latino-americanos para forçar uma "mudança de regime" da Venezuela.

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Mais de três milhões de venezuelanos deixaram o país da Opep que enfrenta hiperinflação e escassez de alimentos e remédios, a maioria a partir de 2015, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Países vizinhos como Brasil e Colômbia têm recebido a maioria dos imigrantes.

Os Estados Unidos impuseram sanções financeiras contra a Venezuela e algumas autoridades do governo socialista do presidente Nicolás Maduro, que Washington acusa de corrupção e violações dos direitos humanos. Maduro frequentemente culpa uma "guerra econômica" liderada pelos EUA pelos problemas do país.

(Reportagem de Mary Milliken, Anthony Boadle e Lisandra Paraguassu)

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