Por Louis Charbonneau
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu nesta quinta-feira a suspensão imediata dos combates no Iêmen, a primeira vez em que faz tal apelo desde o início, há três semanas, dos ataques aéreos liderados pelos sauditas contra rebeldes houthis apoiados pelo Irã.
Ban disse que o país mais pobre do Oriente Médio já estava em crise antes do recente início das hostilidades, com níveis de insegurança alimentar mais elevados do que nas regiões mais pobres da África. Ele afirmou que os combates só tinham agravado esses problemas.
"É por isso que eu estou pedindo um cessar-fogo imediato no Iêmen por todas as partes", disse Ban em discurso no Clube Nacional de Imprensa em Washington. "Os sauditas me garantiram que entendem que deve haver um processo político. Peço a todos os iemenitas que participem de boa fé."
"O processo diplomático apoiado pela ONU continua sendo a melhor maneira de sair de uma guerra prolongada com implicações terríveis para a estabilidade regional", disse ele no discurso, que foi transmitido pela rádio C-SPAN.
Ban não comentou a decisão do seu conselheiro especial no Iêmen, Jamal Benomar, de renunciar ao cargo frustrado com o fracasso das conversações de paz mediadas pela ONU. Ban escolheu o diplomata mauritano Ismail Ould Cheikh Ahmed para substituir Benomar, disseram fontes diplomáticas.
Benomar, um diplomata marroquino veterano, irritou a Arábia Saudita e outros países do Golfo com sua gestão das negociações de paz até agora mal-sucedidas entre os houthis e o governo iemenita, apoiado pelo Ocidente e países do Golfo, afirmaram diplomatas ocidentais da ONU na condição de anonimato.
Nas últimas semanas, disseram as fontes diplomáticas, sauditas e outros governos do Golfo criticaram Benomar porque ele teria se acomodado muito em relação aos houthis.
A Arábia Saudita lançou ataques aéreos no Iêmen no mês passado depois que rebeldes houthis, que tomaram em setembro o controle da capital, Sanaa, se aproximaram da cidade portuária de Áden e forçaram o presidente do Iêmen, Abd-Rabbu Mansour Hadi, a fugir para Riad.
Os houthis e unidades do Exército leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh têm lutado juntos em várias frentes contra as milícias leais a Hadi.