Por Tommy Wilkes
LONDRES (Reuters) - A Lloyd's de Londres se tornou a sexta organização a deixar uma aliança de seguradoras para garantir o nível zero de emissões líquidas de gases causadores do efeito estufa em menos de 36 horas nesta sexta-feira, com uma coalizão de grupos financeiros apoiada pela ONU alertando sobre as consequências de "ataques políticos" contra seguradoras nos Estados Unidos.
A Lloyd's juntou-se à QBE Insurance, da Austrália, ao se retirar da Aliança de Seguradoras para Emissão Líquida Zero (NZIA, na sigla em inglês) nesta sexta-feira. Seguradoras da Alemanha, França e Japão saíram na véspera após mais acusações de procuradores-gerais republicanos dos EUA de que as seguradoras estão violando leis antitruste.
A NZIA já perdeu um quinto de seus membros em uma semana, todos eles grandes seguradoras globais, e ao total, dez saíram desde março, quando o grupo contava com 30 membros.
O êxodo levanta questões sobre a viabilidade da coalizão, formada em 2021, que exige que as seguradoras se comprometam a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em suas carteiras de subscrição para um nível líquido zero até 2050.
Nenhuma das empresas que desistiram nesta semana explicou sua decisão, mas fontes familiarizadas com as discussões dizem que as seguradoras citaram preocupações sobre se envolverem em disputas com alguns republicanos.
"Esses ataques políticos agora estão interferindo nos esforços independentes das seguradoras para precificar o risco climático, o que prejudicará os segurados, os principais investidores e as economias locais", disse nesta sexta-feira um porta-voz da Aliança Financeira de Glasgow para Emissão Líquida Zero (GFANZ, na sigla em inglês), fundada pelo ex-diretor do banco central da Inglaterra Mark Carney.
(Reportagem de Tommy Reggiori Wilkes)