Por Roberta Rampton e David Morgan
WASHINGTON (Reuters) - O Colégio Eleitoral dos Estados Unidos começou nesta segunda-feira a votação para confirmar o republicano Donald Trump como o próximo presidente do país, sem qualquer sinal de que os integrantes irão se rebelar e mudar o voto para a candidata derrotada Hillary Clinton, como alguns democratas pediram.
A votação no Colégio Eleitoral é normalmente uma formalidade, mas neste ano ganhou uma maior importância depois que Hillary perdeu as eleições de 8 de novembro no resultado Estado por Estado, mas ganhou no voto popular nacional.
Houve protestos em alguns legislativos estaduais nesta segunda-feira, mas nenhum sinal que os 538 integrantes do Colégio Eleitoral escolhidos pelos partidos nos Estados mudariam para Hillary.
Não há praticamente nenhuma chance de que o voto desta segunda mude o resultado eleitoral que deu a Casa Branca para Trump depois que ele levou a maioria de votos no Colégio Eleitoral. A posse do empresário republicano está marcada para 20 de janeiro.
Um candidato precisa assegurar 270 votos para ganhar no Colégio Eleitoral. Trump levou 306 na eleição de 8 de novembro.
Os votos do Colégio Eleitoral serão contados oficialmente durante uma sessão conjunta do Congresso em 6 de janeiro.
“Eu não acho que você deve esperar uma surpresa em 6 de janeiro”, afirmou Robert Erikson, cientista político da Universidade de Columbia, dizendo que seria improvável que integrantes republicanos, muitos deles com laços firmes com o partido, se rebelassem.
“Se isso está sendo trabalhado, está sendo uma conspiração secreta”, afirmou Erikson.
No meio da tarde desta segunda-feira, eleitores em 18 Estados haviam votado, com 117 votos para Trump e 79 para Hillary, segundo o New York Times.
Alguns democratas fizeram um apelo aos integrantes republicanos para mudar para Hillary, que ganhou o voto popular por uma margem de quase 2,9 milhões de votos na última contabilização, de acordo com o Cook Political Report.
Tal resultado, combinado com as revelações de agências de inteligência de que a Rússia havia realizado ataques hackers contra emails do Partido Democrata para favorecer Trump, colocou o Colégio Eleitoral no centro das atenções e provocou pedidos por reformas constitucionais.
Ao todo 24 Estados têm leis que buscam impedir os integrantes do colégio de mudar de voto, mas, de forma ocasional, eles podem mudar de opção. O mais recente episódio do tipo se deu em 2004. Desde 1900, houve somente oito mudanças no Colégio Eleitoral, cada uma numa eleição diferente.
(Reportagem adicional de Tom Hals, em Wilmington; Jon Herkovitz, em Austin; e Julia Harte, em Washington)