Por Robin Emmott
BRUXELAS (Reuters) - A Rússia começou a delinear suas exigências por garantias de Segurança na Europa para os 30 aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na quarta-feira, mas insistiu que não eram ultimatos, após negociações intensas com os Estados Unidos em Genebra que não conseguiram quebrar o impasse.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, recebeu o vice-ministro russo de Relações Exteriores, Alexander Grushko, na sede da aliança para tentar desescalar o ponto mais alto de tensão entre Ocidente e a Rússia desde a Guerra Fria devido ao acúmulo de tropas russas perto da fronteira com a Ucrânia.
Moscou negou as preocupações expressas pelos Estados Unidos de que possa estar planejando invadir seu vizinho, e o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que os exercícios na fronteira com a Ucrânia na terça-feira não estão ligados às negociações com a Otan.
"Não estamos negociando a partir de uma posição de força; não há, nem pode haver, qualquer lugar para ultimatos aqui", disse ele em Moscou, durante as negociações em Bruxelas.
Aliados da Otan dizem que as negociações, que são a tentativa no mais alto escalão para tentar transformar um potencial conflito militar sobre a Ucrânia em um processo político e diplomático, estão ocorrendo por causa da agressão russa, e não o contrário.
"Vamos ser claros: as ações da Rússia precipitaram essa crise. Estamos comprometidos a utilizar a diplomacia para desescalar a situação", afirmou a embaixadora dos EUA na Otan, Julianne Smith, a jornalistas na noite de terça-feira.
"Queremos ver a Rússia recuando suas forças ", disse ela sobre os 100 mil militares estacionados próximos à Ucrânia.