Por Sarah N. Lynch e Andy Sullivan
WASHINGTON (Reuters) - O Senado norte-americano confirmou William Barr como procurador-geral do país nesta quinta-feira, escolhendo o experiente advogado com décadas de trabalho em Washington para liderar o Departamento de Justiça e supervisionar a prolongada investigação do procurador especial Robert Mueller sobre uma possível conspiração entre a campanha do presidente Donald Trump em 2016 e a Rússia.
Barr foi aprovado por 54 contra 45 votos, com a maior parte dos senadores seguindo a linha de seus partidos. Uma porta-voz do Departamento de Justiça disse que Barr será empossado às 19h45 no Salão Oval da Casa Branca pelo presidente da Suprema Corte, John Roberts.
Muitos democratas se opuseram a Barr devido a temores de que ele poderia não divulgar as descobertas de Mueller, mas como o Senado é controlado pelos republicanos, correligionários de Trump, sua confirmação estava praticamente garantida.
“Hoje é um ótimo dia para o Departamento de Justiça com a confirmação de William Barr como próximo procurador-geral”, disse Lindsey Graham, chairman do Comitê Judiciário do Senado.
“Ele é uma mão firme em tempos de instabilidade e trará uma reforma muito necessária ao Departamento de Justiça.”
Ex-procurador-geral de 1991 a 1993 durante o governo do presidente George H.W. Bush, Barr tem sido elogiado por parlamentares de ambos partidos por sua experiência e conhecimento do funcionamento do Departamento de Justiça.
Barr será a terceira pessoa em menos de dois anos a ocupar o posto equivalente a secretário de Justiça, substituindo o procurador-geral em exercício Matthew Whitaker, que substituiu o procurador-geral Jeff Sessions. Trump demitiu Sessions em novembro, após criticá-lo repetidamente.
Mueller está investigando uma possível interferência da Rússia na eleição presidencial norte-americana de 2016 e se Moscou conspirou com a campanha de Trump para beneficiar o republicano, assim como possíveis casos de obstrução de Justiça.
Trump nega qualquer conspiração e o Kremlin nega qualquer interferência. Antes de ser indicado, Barr escreveu um memorando legal de 19 páginas, no qual chamou parte da investigação de Mueller sobre se o presidente obstruiu a Justiça de “fatalmente defeituosa”.
Barr compartilhou o documento com a equipe legal de Trump e com autoridades do Departamento de Justiça.