Por Richard Cowan e Susan Cornwell
WASHINGTON (Reuters) - O Senado dos Estados Unidos fracassou em avançar nesta quinta-feira qualquer legislação para proteger imigrantes “Dreamers”, não alcançando os 60 votos necessários para avançar em quatro propostas, incluindo uma apoiada pelo presidente Donald Trump e duas medidas bipartidárias.
A série de votações aconteceu após Trump criticar a principal proposta bipartidária como “uma catástrofe total” e a Casa Branca ameaçar vetar o projeto de lei, que havia sido considerado o mais provável para avançar no Senado profundamente dividido.
O resultado concluiu uma semana de considerações no Senado de questões imigratórias e deixou no limbo a situação futura de 1,8 milhão de jovens adultos levados ilegalmente aos Estados Unidos quando crianças. Eles haviam sido protegidos de deportação sob o programa da era Obama que Trump exigiu um fim até 5 de março.
A proposta apoiada por Trump recebeu o menor número de votos, levando democratas a reclamar que a abordagem descompromissada do presidente estava afundando esforços bipartidários no Congresso.
Trump disse que qualquer projeto de lei de imigração para proteger Dreamers deveria também incluir financiamentos para construir um muro na fronteira com o México, acabar com o programa de loteria de vistos e impor restrições sobre vistos para famílias de imigrantes legais. Ele havia pedido apoio para uma medida do senador republicano Chuck Grassley, mas o projeto de lei recebeu somente 39 votos de apoio.
“Esta votação é a prova de que o plano do presidente Trump jamais será transformado em lei. Caso ele pare de atingir esforços bipartidários, um bom projeto será aprovado”, disse o líder democrata no Senado, Chuck Schumer.
Após o fracasso, alguns parlamentares e defensores de imigrantes prometeram buscar proteções temporárias para os Dreamers. O senador republicano Bob Corker disse a repórteres que pode haver um debate sobre uma extensão de curto prazo para Dreamers em um projeto de lei de financiamento do governo que o Congresso precisa aprovar até 23 de março para evitar uma paralisação.
A principal medida bipartidária, feita por um grupo liderado pela senadora republicana Susan Collins, iria proteger os Dreamers e também incluir um financiamento de 25 bilhões de dólares para fortalecer segurança na fronteira e possivelmente até mesmo construir segmentos do muro há tempos prometido por Trump na fronteira com o México.
Mas a Casa Branca criticou o projeto de lei, dizendo que iria enfraquecer aplicação da lei atual e produzir uma superabundância de imigração ilegal. O Departamento de Segurança Nacional e o secretário de Justiça, Jeff Sessions, também criticaram o projeto, que não conseguiu votos suficientes.