Por Francois Murphy
VIENA (Reuters) - A operadora de uma rede global de sensores de radioatividade disse nesta segunda-feira que suas duas instalações russas mais próximas do local de uma explosão misteriosa no dia 8 de agosto se desconectaram dois dias após a detonação, provocando temores de uma possível adulteração da Rússia.
O Ministério da Defesa russo, que opera as duas estações, não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
A agência estatal nuclear Rosatom admitiu que funcionários seus morreram na explosão, que ocorreu durante um teste de foguete perto do Mar Branco, no extremo norte da Rússia.
A explosão também causou um pico de radiação em uma cidade vizinha e provocou uma corrida local por iodo, que é usado para reduzir os efeitos da exposição à radiação.
As autoridades russas não explicaram por que a detonação desencadeou o aumento de radiação. Especialistas nucleares nos Estados Unidos disseram suspeitar que a Rússia estava testando um novo míssil de cruzeiro de propulsão nuclear alardeado pelo presidente Vladimir Putin.
"Estamos... analisando com operadores de estação problemas técnicos ocorridos em duas estações vizinhas", disse Lassina Zerbo, chefe da Organização do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBTO), no Twitter.
O Sistema Internacional de Monitoramento do CTBTO inclui sensores atmosféricos que captam os chamados radionuclídeos no ar. Zerbo disse que dados das estações no caminho ou nas imediações de uma possível coluna de gás da explosão ainda estão sendo analisados.