Por Crispian Balmer e Giuseppe Fonte
ROMA (Reuters) - O presidente italiano Sergio Mattarella, de 80 anos, concordou neste sábado em cumprir um segundo mandato, um cenário que ele havia descartado anteriormente e que vem como um alívio para uma classe política italiana que parecia mais dividida do que nunca.
A hipótese de sua renovação ganhou tração neste sábado após os sucessivos fracassos dos parlamentares italianos em encontrar um sucessor por falta de consenso.
De acordo com uma fonte da Reuters, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, que aspirava assumir o posto, mas cuja candidatura arriscaria explodir a coligação governamental, exortou Sergio Mattarella a ceder aos apelos da classe política italiana "para o bem do país".
"Os italianos não merecem que essa confusão continue ainda por vários dias", disse Matteo Salvini, líder da La Ligue, pedindo aos parlamentares que votassem em Sergio Mattarella.
A votação organizada na véspera não permitiu a designação do futuro chefe de Estado, com a tentativa dos partidos de direita de eleger a presidente do Senado, Elisabetta Casellati, fracassando inapelavelmente.
"Procurando um nome neste caos", titulava o Corriere della Sera de sábado, enquanto o jornal católico L'Avvenire lamentava que houvesse mais "vetos do que votos".
Há muito considerado o favorito, Mario Draghi, viu suas chances diminuírem ao longo dos dias, com muitos parlamentares se recusando a votar a seu favor por medo de quebrar a coalizão do governo, misturar direita e esquerda e desencadear uma eleição legislativa antecipada.
O Presidente da República Italiana, eleito por sete anos, tem essencialmente apenas um papel honorário, mas pode ter uma influência decisiva na nomeação do Presidente do Conselho e pode dissolver o Parlamento.