BUENOS AIRES (Reuters) - Sindicatos argentinos, pequenas empresas e ativistas foram às ruas na região central de Buenos Aires nesta quinta-feira para protestar contra medidas de austeridade do presidente da República, Maurício Macri, que eles culpam por amplificar as dificuldades para os trabalhadores e minar o crescimento econômico.
Milhares de manifestantes, observados pela polícia, percorreram vias próximas ao centro da capital argentina carregando cartazes coloridos com slogans pedindo "trabalho decente", "melhores salários" e "aumento da produção nacional".
Os líderes da Argentina têm endurecido a política econômica para cumprir as obrigações sob um acordo de 56,3 bilhões de dólares alcançado pelo país em recessão com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no ano passado. A inflação acentuada também atingiu fortemente o poder de compra individual.
Nesta quinta-feira, várias ruas do centro de Buenos Aires foram cercadas e houve forte presença policial em algumas esquinas. As manifestações aumentaram nos últimos meses.
As passeatas regulares aumentaram a pressão sobre o partido no poder, cujo índice de aprovação caiu neste ano, uma preocupação para Macri antes das eleições nacionais em outubro.
Apesar de alguns sinais de recuperação e uma esperada forte safra de grãos, a economia argentina tem sido pressionada pelas altas taxas de juros, por um peso fraco e pela inflação a uma taxa anual de mais de 50 por cento.
Os críticos de Macri culpam seu programa de austeridade apoiado pelo FMI, destinado a reduzir a dívida pública. O governo de Macri e o FMI afirmam que as medidas são necessárias para reequilibrar a economia.
Cidadãos argentinos estão sentindo o impacto da crise, com contas de energia mais altas e baixa demanda doméstica atingindo empresas locais. Cerca de um terço do país vive agora abaixo da linha da pobreza, ao passo que a falta de moradia está aumentando.
Juntamente com as manifestações de rua, grupos da oposição peronista no Congresso planejam discutir uma série de projetos de lei para elevar as aposentadorias e controlar os aumentos de preços.
(Reportagem de Gabriel Burin e Adam Jourdan)