BUENOS AIRES (Reuters) - Milhares de argentinos foram às ruas da capital nesta sexta-feira para protestar contra as políticas do presidente Mauricio Macri, dando uma amostra da rejeição que ele enfrenta por conta das reformas econômicas que vêm afetando os mais pobres.
Os manifestantes, agitando bandeiras e entoando slogans anti-governo, exigiam o fim do corte de empregos no setor público e da queda brusca do poder aquisitivo em uma passeata convocada pelos maiores sindicatos do país.
"Estamos perdendo poder de compra de maneira significativa", disse Pablo Micheli, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Argentina, à Reuters.
"Estamos torcendo para que o governo venha se sentar à mesa para conversar. Senão, podemos convocar uma greve geral para o final de maio ou a primeira metade de junho."
Ao desvalorizar profundamente o peso, afrouxar o controle de preços e acabar com os subsídios a prestadoras de serviço público desde que assumiu em dezembro, Macri fez a inflação subir, deixando aqueles que se encontram no final da pirâmide econômica com dificuldade para pagar as contas de alimentação e gás.
Ao mesmo tempo, os esforços do líder pró-empresariado para reduzir a folha de pagamento do governo resultaram na eliminação de milhares de empregos públicos. A oposição estima que até 150 mil pessoas podem ficar desempregadas neste ano.