Por Caroline Pailliez e Dominique Vidalon
PARIS (Reuters) - Condutores de duas linhas do metrô de Paris concordaram em prorrogar uma paralisação até o final da semana enquanto a França lidava com um quinto dia de greves nesta segunda-feira, um sinal de que os trabalhadores do setor de transportes manterão o pé firme contra os planos do presidente Emmanuel Macron para simplificar as aposentadorias.
Esta semana testará a disposição de Macron e sua capacidade de realizar a mudança social e econômica que diz ser necessária para o país competir com potências como a China e os Estados Unidos.
A greve do setor público atingiu mais duramente os transportes. Em Paris, os serviços de trem, ônibus e metrô enfrentavam grandes transtornos, e congestionamentos monstruosos surgiram porque os usuários do transporte interurbano recorreram aos carros.
Depois de meses de consultas, o czar francês da Previdência, Jean-Paul Delevoye, deve se reunir com líderes sindicais nesta segunda-feira antes de apresentar suas propostas de reforma ao primeiro-ministro, Édouard Philippe.
"Vamos ver se ele não só ouviu, mas escutou", disse Philippe Martinez, líder da central sindical CGT, a maior do setor público da França, à rádio France Info. "Eles têm que descartar a reforma."
Isso parece improvável. Philippe disse ao semanário Journal du Dimanche que está determinado a conseguir a reformulação de um dos sistemas de aposentadorias mais generosos das nações industrializadas desenvolvidas.
Os sindicatos conclamaram protestos em massa na terça-feira, e o governo acompanhará atentamente para ver se participarão mais do que os 800 mil que marcharam em cidades de todo o país na quinta-feira.
Macron quer substituir o complicado sistema de aposentadorias, que comporta mais de 40 planos diferentes, por um modelo único no qual todo aposentado tem direitos iguais para cada euro com que contribuiu.