Por Idrees Ali e Phil Stewart
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos realizaram ataques aéreos autorizados pelo presidente Joe Biden contra instalações pertencentes a milícias apoiadas pelo Irã no leste da Síria na quinta-feira, em reação a ataques de foguetes contra alvos norte-americanos no Iraque, segundo o Pentágono, em medida criticada pela Síria nesta sexta-feira.
"A Síria condena nos termos mais veementes o ataque covarde dos EUA contra áreas em Deir al-Zor perto da fronteira da Síria com o Iraque", disse o Ministério das Relações Exteriores da Síria em um comunicado.
"Supõe-se que (o governo Biden) irá se ater à legitimidade internacional, não à lei da selva como (fazia) o governo anterior."
Uma autoridade de uma milícia iraquiana que falou pedindo anonimato disse que ao menos um combatente foi morto e que outros quatro ficaram feridos.
A decisão de Biden de atacar somente na Síria, e não no Iraque, ao menos por ora, dá algum respiro ao governo iraquiano enquanto este investiga um ataque de 15 de fevereiro que feriu norte-americanos.
"Sob a orientação do presidente (Joe) Biden, mais cedo nesta noite as forças militares dos EUA realizaram ataques aéreos contra infraestrutura utilizada por grupos militantes apoiados pelo Irã no leste da Síria", disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby, em um comunicado.
"O presidente Biden atuará para proteger efetivos americanos e da coalizão. Ao mesmo tempo, agimos de uma maneira deliberada que visa amenizar a situação tanto no leste da Síria quanto no Iraque".
O porta-voz disse que os ataques destruíram diversas instalações em um posto de controle de fronteira usado por grupos militantes apoiados pelo Irã, incluindo o Kata'ib Hezbollah e o Kata'ib Sayyid al-Shuhada.
Após os ataques, os ministros das Relações Exteriores iraniano e sírio se pronunciaram e sublinharam "a necessidade de o Ocidente se ater às resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas referentes à Síria", segundo o site do governo iraniano Dolat.ir.
Uma autoridade dos EUA que falou pedindo anonimato disse que a decisão de realizar os ataques é um sinal de que os EUA querem punir as milícias, mas não quer que a situação degenere em um conflito mais amplo.
(Reportagem adicional de Maha El Dahan e Amina Ismail em Beirute)