AMÃ (Reuters) - Os militares da Síria e da Rússia disseram nesta segunda-feira que aviões de guerra de Israel realizaram ataques com mísseis contra uma base aérea síria horas depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertar para um "preço alto a pagar" na esteira de relatos de um ataque com gás venenoso em uma cidade dominada por rebeldes.
Inicialmente a televisão estatal síria disse que os EUA são suspeitos por um ataque com mísseis contra o campo aéreo T-4, próximo da cidade de Homs, depois de Trump ter usado um palavreado forte em reação ao suposto ataque químico realizado no sábado na cidade de Douma, que matou dezenas de pessoas.
Washington negou ter alvejado a base síria, e a França disse que suas forças tampouco o fizeram.
Os militares russos, cujas forças apoiam o presidente sírio, Bashar al-Assad, disseram que dois caças israelenses F-15 realizaram os ataques contra a base aérea síria T-4, relatou a agência de notícias Interfax.
Segundo uma citação da Interfax, o Ministério da Defesa russo disse que os caças israelenses atacaram do espaço aéreo do Líbano e que os sistemas de defesa aérea da Síria derrubaram cinco dos oito mísseis disparados.
Citando uma fonte militar, a mídia estatal síria divulgou uma reportagem semelhante. "A agressão israelense no aeroporto T4 foi realizada com aviões F-15 que dispararam vários mísseis dos céus acima do território libanês", disse a agência de notícias estatal Sana.
Quando indagada mais cedo sobre as explosões na base aérea, uma porta-voz israelense não quis se pronunciar. Israel não comentou de imediato as acusações dos militares russos e sírios.
Israel atacou posições do Exército sírio muitas vezes durante o conflito, atingindo comboios e bases das milícias apoiadas pelo Irã que lutam ao lado das forças de Assad.
O Estado judeu já acusou Damasco de permitir que o Irã monte um complexo na base T-4 para fornecer armas ao seu aliado, o grupo xiita libanês Hezbollah.
Em seu relato inicial, a TV estatal síria disse ter havido baixas no que descreveu como um possível ataque de mísseis dos EUA contra a base T-4, próxima de Homs e da antiga cidade de Palmira, localizada no centro da Síria. O Pentágono negou que aviões de guerra estejam realizando ataques aéreos na Síria atualmente.
"Entretanto, continuamos a observar a situação atentamente e a apoiar os esforços diplomáticos em andamento para responsabilizar aqueles que usarem armas químicas, na Síria e em outros lugares", disse.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos disse que ao menos 14 pessoas morreram. A Reuters não conseguiu verificar o relato de forma independente.