Por Angus McDowall
BEIRUTE (Reuters) - O governo da Síria intensificou nesta quinta-feira seus esforços para recuperar os últimos enclaves da oposição, enquanto rebeldes se preparavam para bater em retirada de um deles e um jornal noticiou um ultimato contra outro.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, obteve uma grande vitória neste mês retomando Ghouta Oriental, o maior bastião rebelde próximo de Damasco, o que deixou suas forças em sua posição mais forte, de longe, desde os primeiros meses da guerra civil de sete anos.
Estados Unidos, França e Reino Unido realizaram uma série de ataques aéreos no sábado contra três alvos sírios em retaliação a um suposto ataque com armas químicas durante a ofensiva em Ghouta Oriental.
Mas a intervenção ocidental limitada, distante de qualquer frente de batalha em disputa, não deu sinais de ter tido qualquer impacto no conflito, e as forças de Assad seguem adiante com sua arremetida.
Os últimos rebeldes se retiraram de Ghouta Oriental horas depois dos bombardeios ocidentais. Desde então o governo se dedica a recapturar quatro enclaves menos populosos que estão sitiados há tempos.
Sua conquista deixaria a oposição só com seus dois principais bastiões, localizados no noroeste e no sudeste, ao longo das fronteiras internacionais da Síria.
Nesta semana a diplomacia se concentrou nas acusações de uso de gás venenoso em Douma, a última cidade a se posicionar contra o avanço governamental sobre Ghouta Oriental.
Países ocidentais dizem que dezenas de pessoas foram mortas com gás no ataque químico de 7 de abril. A Síria e sua aliada Rússia o negam. Agora que os insurgentes se renderam a área está sob controle do governo, e uma equipe de inspetores internacionais ainda não conseguiu chegar a ela.
Os inspetores adiaram sua visita a Douma depois que sua equipe de segurança foi alvo de tiros durante uma viagem de reconhecimento na terça-feira, disse a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq).
As nações ocidentais afirmam que Moscou e Damasco estão impedindo o acesso dos inspetores ao local e que podem estar destruindo provas, algo que os governos sírio e russo refutam.
A intervenção ocidental não teve impacto mensurável na guerra como um todo, e os rebeldes continuam a depor as armas fechando acordos que lhes permitem seguir para o bolsão opositor situado no noroeste em troca do abandono de seus territórios.