(Reuters) - O tribunal do condado de Fulton, no Estado norte-americano da Geórgia, postou por alguns momentos nesta segunda-feira um documento listando várias acusações criminais contra o ex-presidente Donald Trump, aparentemente relacionados a suas tentativas de mudar o resultado das eleições no Estado em 2020, pouco antes de remover o documento sem dar explicações.
A promotoria do condado afirmou em comunicado que nenhuma acusação foi registrada contra o ex-presidente.
O documento era datado de 14 de agosto e citava Trump, classificando o caso como “aberto”. A Reuters não conseguiu determinar imediatamente porque o documento foi publicado ou removido.
“Uma informação da Reuters de que aquelas acusações foram registradas é imprecisa. Não podemos comentar nada além disso”, afirmou um porta-voz da procuradoria do distrito.
Trump, que lidera a corrida para ser o candidato republicano nas eleições presidenciais de 2024, contra o atual presidente, Joe Biden, já foi indiciado criminalmente três vezes neste ano, incluindo um processo do procurador especial Jack Smith, acusando-o de tentar mudar o resultado das últimas eleições.
O ex-presidente classifica as investigações e também os dois impeachments que sofreu na Câmara dos Deputados como uma “caça às bruxas”.
O tribunal do condado de Fulton afirmou em comunicado que nenhum documento foi registrado nesta segunda-feira relativo ao grande júri que está analisando evidências sobre o caso.
A corte descreveu o que chamou de “um documento fictício que está circulando online”, sem especificar se era o que listava as acusações criminais contra Trump.
A promotora distrital Fani Willis está investigando se Trump e seus aliados tentaram ilegalmente reverter o resultado das eleições de 2020 no Estado. Espera-se que ela busque um indiciamento pelo grande júri nesta semana.
Se Trump for acusado na Geórgia, seria seu quarto indiciamento em menos de cinco meses, e o segundo devido a tentativas de subverter o resultado das urnas em 2020.
Os advogados de Trump disseram que o episódio “não é um simples erro administrativo”.
“Isso é emblemático das violações constitucionais generalizadas e flagrantes que marcam este caso desde o seu início”, afirmaram os advogados Drew Findling, Jennifer Little e Marissa Goldberg em comunicado.
As acusações listadas no documento removido incluíam extorsão, falso testemunho, publicação de documentos falsos e conspiração.
(Reportagem de Timothy Ahmann; reportagem adicional de Jacqueline Thomsen, Joseph Ax e Sarah N. Lynch)