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Sob pressão global, Paquistão começa repressão a grupos militantes

Publicado 05.03.2019, 16:33
Atualizado 05.03.2019, 16:35
© Reuters.  Sob pressão global, Paquistão começa repressão a grupos militantes

Por Asif Shahzad e Drazen Jorgic

ISLAMABAD (Reuters) - O Paquistão disse nesta terça-feira que começou a reprimir grupos militantes islâmicos, prendendo 44 membros de organizações banidas, inclusive parentes próximos do líder do grupo culpado por um bombardeio letal à região da Caxemira, controlada pela Índia, mês passado.

O Ministério do Interior afirmou que foi uma medida para “acelerar ações contra organizações proibidas”. Autoridades afirmam que foi parte de uma investida planejada há muito tempo contra grupos militantes e não uma resposta à irritação da Índia em relação ao que Nova Délhi chamou de fracasso de Islamabad em controlar grupos militantes operando em solo paquistanês.

O Paquistão encara pressão de potências globais para agir contra grupos que realizam ataques na Índia, incluindo Jaish-e-Mohammed (JeM), que reivindicou responsabilidade pelo ataque de 14 de fevereiro que matou pelo menos 40 membros da política paramilitar.

O incidente levou ao mais sério conflito em anos entre os vizinhos com armas nucleares, com ataques aéreos entre as fronteiras e um breve conflito no espaço aéreo da Caxemira. A tensão esfriou quando o Paquistão devolveu um piloto abatido da Índia na sexta-feira.

Em mais um sinal de que as tensões estão aliviando, o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão afirmou que uma delegação visitará Nova Délhi na próxima semana para discutir um acordo sobre peregrinos Sikh visitando locais sagrados no Paquistão.

O Ministério do Interior afirmou que parentes próximos do líder do JeM, Masood Azhar, foram detidos em “custódia preventiva” como parte da repressão. Nomeou-os como Mufti Abdul Raoof e Hamad Azhar, que uma autoridade do ministério afirmou ser filho do líder.

Na terça-feira, o Paquistão colocou duas instituições de caridade ligadas a Hafiz Saeed, fundador de uma organização militante que Estados Unidos e Índia culpam por vários ataques letais, incluindo o sítio de homens armados em Mumbai, em 2008, que matou 166 pessoas, na lista oficial de entidades banidas no país.

As instituições de caridade Jamaat-ud-Dawa e Falah-e-Insaniat foram colocadas na lista depois de o governo anunciar a restrição no mês passado.

(Camila Moreira)

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