PARIS (Reuters) - A sobrinha da candidata presidencial francesa derrotada Marine Le Pen, Marion Marechal-Le Pen, decidiu não se candidatar à reeleição nas eleições legislativas de junho, em um ato que evidencia as divisões no partido.
Marion, de 27 anos e uma dos dois membros da Frente Nacional no Parlamento, além de figura popular entre os leais ao partido, disse em carta ao jornal Le Dauphiné Libéré que vai deixar a vida política por um tempo por razões pessoais e políticas.
A derrota de Marine Le Pen na eleição presidencial de domingo para o candidato de centro Emmanuel Macron desencadeou uma rara exibição pública de desavenças no topo do partido de extrema-direita.
“Vocês conhecem minha história, vocês sabem que estive no mundo político minha vinda inteira. Aos 27, é momento de deixá-lo por um tempo”, disse Marechal-Le Pen segundo o jornal.
“Não estou abandonando para sempre esta batalha política”, acrescentou.
Marion Marechal-Le Pen, que alguns no partido esperam eventualmente assumir o cargo de sua tia e que sempre recebe muitos aplausos em comícios do partido, é mais conservadora em questões sociais e econômicas.
“Isto levanta muitas questões sobre como o partido irá evoluir”, disse Joel Gombin, um especialista sobre a Frente Nacional do instituto de pesquisas Jean Jaures. “Isto arrisca deixar diversas pessoas órfãs e pode gerar confrontos entre aqueles que gostariam de assumir a posição dela como chefe da facção ultraconservadora da FN”.
(Por John Irish e Ingrid Melander)