Por Angus Berwick
MADRI (Reuters) - O partido Socialista da Espanha descartou nesta segunda-feira a possibilidade de formar um novo governo com qualquer outro partido que apoiou um referendo sobre a independência da Catalunha, um posicionamento que prolonga a incerteza política após as eleições nacionais inconclusivas deste mês.
À medida que os quatro principais partidos da Espanha competem para formar um governo após a eleição que não deixou nenhum partido com a maioria parlamentar, a Catalunha, motor da economia espanhola e lar de um movimento de independência, emergiu como um dos principais pontos de atrito.
O Partido Popular (PP) do premiê Mariano Rajoy, que conquistou 123 assentos - longe dos 176 mínimos necessários para formar um governo sozinho - e os Socialistas, em segundo, rejeitaram qualquer referendo na Catalunha, onde separatistas conquistaram uma maioria dos assentos em uma eleição regional em setembro.
O partido esquerdista Podemos, informou que a Espanha deve ser reconhecida como um Estado multinacional e que está comprometido a realizar um referendo caso entre no governo.
Os fortes resultados do partido na eleição - 69 assentos, somente 21 a menos que os Socialistas - levam à possibilidade de uma aliança entre partidos esquerdistas.
Mas o líder Socialista, Pedro Sánchez, disse que o líder do Podemos, Pablo Iglesias, teria que descartar suas promessas para garantir um referendo caso ambos partidos fossem juntar forças.
"Não iremos discutir questões sobre a integridade territorial do país", disse Sánchez durante entrevista coletiva. "Não iremos formar um governo a qualquer custo".
Sem o apoio dos Socialistas, ou pelo menos o apoio implícito por abstenções, seria impossível para o PP formar um governo com a maioria no Parlamento.
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 552122237141)) REUTERS CS