VLADIVOSTOK, Rússia (Reuters) - Um soldado norte-americano foi condenado na quarta-feira a quase quatro anos de prisão em uma colônia penal russa após ser considerado culpado por um tribunal russo de roubar 113 dólares de sua namorada e ameaçá-la de morte, informou uma testemunha da Reuters na sala do tribunal.
A sentença põe fim a uma tempestuosa história de amor que uniu - e depois separou - um sargento dos Estados Unidos casado e uma mulher russa após um romance internacional que se estendeu da Coreia do Sul à Rússia.
Gordon Black, sargento norte-americano de 34 anos, foi detido em 2 de maio na cidade de Vladivostok, no extremo leste da Rússia, após uma discussão com sua namorada, Alexandra Vashchuk, que ele havia conhecido na Coreia do Sul.
A juíza Yelena Stepankova, da Corte Distrital de Pervomaisky, em Vladivostok, considerou Black culpado de roubar 10.000 rublos (113 dólares) da bolsa de Vashchuk e ameaçá-la de morte.
"O tribunal concluiu que Black G. K... enquanto estava em um apartamento na rua Sakhalinskaya, em Vladivostok, durante uma discussão que surgiu com base em hostilidade pessoal, ameaçou matar a vítima", informou a corte.
Ele "também cometeu roubo", acrescentou.
Black, de pé em uma gaiola de vidro na sala de audiências, foi condenado a três anos e nove meses em uma colônia penal russa e ordenado a devolver os 10.000 rublos.
Ele se declarou inocente da ameaça de matá-la, mas admitiu ser parcialmente culpado por ter pegado o dinheiro, embora por necessidade. Seu advogado de defesa recorrerá da sentença.
Os promotores disseram que, durante uma discussão no apartamento de Vashchuk, Black a agarrou pelo pescoço e pegou o dinheiro. Black argumentou que Vashchuk havia bebido meia garrafa de vodca naquele dia, estava agressiva e o havia agredido.
Os promotores pediram uma sentença de prisão de quatro anos e oito meses, enquanto a defesa pediu que Black fosse absolvido de todas as acusações.
Vashchuk não compareceu ao tribunal na quarta-feira. Antes de se desentenderem, ela já havia se referido a Black nas mídias sociais como seu "marido".
Em abril, Black saiu do Oitavo Exército em Camp Humphreys, na República da Coreia do Sul, em uma mudança permanente de estação para retornar a Fort Cavazos, no Texas, mas, em vez disso, ele voou para a China e depois para a Rússia para se encontrar com Vashchuk.
O Pentágono afirmou que ele violou as regras do Exército ao viajar para a Rússia e a China sem autorização.
Black tem esposa e filho no Texas. Sua esposa Megan disse à Reuters no mês passado que ele e Vashchuk tinham um relacionamento tempestuoso.
A mãe de Black, Melody Jones, afirmou à Reuters que ele havia seguido a namorada até a Rússia, embora eles "brigassem como cães e gatos".
(Por Lidia Kelly, em Melbourne, e Guy Faulconbridge, em Moscou)