Por Jeffrey Heller
JERUSALÉM (Reuters) - Um militar israelense que matou a tiros um agressor palestino ferido e incapacitado na Cisjordânia ocupada foi condenado por homicídio nesta quarta-feira, em um dos julgamentos mais divisórios da história de Israel.
Centenas de manifestantes de extrema-direita se reuniram em apoio ao sargento Elor Azaria em uma movimentada rua de Tel Aviv, e alguns entraram em confronto com a polícia do lado de fora de uma base do Exército onde o veredito foi declarado.
Apesar da campanha da família de Azaria e de críticas feitas por políticos de direta de que as Forças Armadas colocaram o sargento sob julgamento em um momento de ataques cometidos por palestinos nas ruas, líderes militares israelenses argumentaram que disparos fora do regulamento não podem ser tolerados.
A corte militar, com três juízes, rejeitou os argumentos do jovem de 20 anos de que ele agiu em legítima defesa.
O episódio foi pego em vídeo por um ativista de direitos dos palestinos, e a filmagem, distribuída para organizações de notícias, atraiu atenção internacional ao incidente.
Ao ler o veredito, a juíza que presidiu o tribunal, coronel Maya Heller, disse que Azaria matou o palestino por vingança, em março de 2016, após o agressor ter esfaqueado e ferido um companheiro na cidade de Hebron, Cisjordânia.
A sentença será declarada em data futura. Políticos de partidos de direita já pediram para que o presidente Reuven Rivlin perdoasse o militar, que foi chamado de “filho de todos” pela campanha que o apoia.
A acusação de assassinato tem pena máxima de 20 anos de prisão.