Por Tiemoko Diallo
BAMAKO (Reuters) - O presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, e importantes autoridades do governo foram detidos, nesta terça-feira, por soldados amotinados na capital Bamako na terça-feira, mergulhando o país que já enfrenta uma insurgência jihadista e protestos populares em uma crise mais profunda.
A detenção de Keita em sua residência na região sudoeste de Bamako seguiu horas de incerteza depois que os soldados se amotinaram durante a manhã na base militar de Kati, nos arredores da capital, detendo uma série de autoridades civis e oficiais militares.
O primeiro-ministro, Boubou Cissé, havia pedido diálogo mais cedo e exigido que os rebeldes entregassem suas armas, antes de sair de cena. Duas fontes de segurança depois disseram à Reuters que Keita havia sido detido, e a União Africana confirmou que Cissé também está em detenção.
O canal estatal do Mali ficou fora do ar após a série de detenções, antes de voltar no início da noite com programação gravada.
Não ficou imediatamente claro quem estaria liderando os amotinados, ou quem governaria na ausência de Keita, ou ainda quais as motivações dos rebeldes. Um porta-voz das Forças Armadas do país disse não ter informações.
A coalizão M5-RFP, que está por trás de protestos populares que pedem a renúncia de Keita desde junho, indicou apoio ao ato dos amotinados, com o porta-voz Nouhoum Togo dizendo à Reuters que "não é um golpe militar, mas uma insurreição popular".
(Reportagem de Tiemoko Diallo, em Bamako, e David Lewis, em Londres; Reportagem adicional de Paul Lorgerie, em Bamako; Paul Carsten, em Abuja; Tangi Salaün, em Paris; Bate Felix, em Paris; Vladimir Soldatkin, em Moscou; e Michelle Nichols, na sede da Organização das Nações Unidas)