Por Nidal al-Mughrabi
GAZA (Reuters) - Tropas de Israel mataram um jovem palestino que participava de protestos ao longo da fronteira de Gaza nesta sexta-feira, disseram autoridades de saúde palestinas, na primeira morte registrada no local desde que moradores de Gaza marcaram o primeiro ano de manifestações semanais em março.
Os militares israelenses disseram que cerca de 7.400 palestinos se reuniram junto à divisa, alguns atirando pedras, e que houve várias tentativas de aproximação do lado de Israel.
O Ministério da Saúde palestino disse que um adolescente de 15 anos morreu depois de ser atingido por fogo israelense. Um porta-voz do Exército de Israel disse que as tropas reagiram com meios de dispersão de tumultos.As tensões aumentaram depois que um foguete disparado de Gaza feriu sete israelenses ao norte de Tel Aviv no dia 25 de março. Após o ataque, Israel realizou uma série de ataques aéreos contra alvos que disse pertencerem ao Hamas, o grupo islâmico que comanda o enclave litorâneo.A violência na fronteira afetou imediatamente a campanha eleitoral de Israel, que terminou no início desta semana e rendeu um quinto mandato recorde ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.Mas mediadores egípcios intervieram para evitar uma escalada maior, persuadindo Israel a suspender restrições à movimentação de bens e pessoas para dentro e fora de Gaza e ampliar a extensão das águas do Mediterrâneo onde os moradores de Gaza podem pescar.Os manifestantes estão exigindo o fim de um bloqueio imposto por Israel e o Egito a Gaza, e querem que os palestinos tenham o direito de voltar a terras das quais suas famílias fugiram ou foram expulsas durante a fundação de Israel, em 1948.Israel rejeita tal concessão, dizendo que eliminaria sua maioria judia.Mais de 200 moradores de Gaza foram mortos por soldados israelenses desde que a "Grande Marcha do Retorno" começou em 30 de março do ano passado, segundo autoridades de saúde de Gaza. Um soldado israelense também foi morto por um franco-atirador palestino.O uso israelense de força letal nos protestos da fronteira foi repudiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e por grupos de direitos humanos. Em fevereiro, investigadores da ONU disseram que as forças de Israel podem ser culpadas de crimes de guerra devido ao emprego de força excessiva.