Por Jill Serjeant
LOS ANGELES (Reuters) - O novo filme de Steven Spielberg, "The Post – A Guerra Secreta", pode se passar em 1971, mas seu tema, a liberdade de imprensa, é totalmente atual.
Spielberg se apressou para filmar e lançar no prazo de um ano a produção, que trata da batalha de jornais para publicar o vazamento dos Documentos do Pentágono (Pentagon Papers), que detalharam o retrato enganador da Guerra do Vietnã pintado pelo governo dos Estados Unidos.
"Senti que existia uma urgência de refletir 1971 e 2017 porque eles foram terrivelmente semelhantes", disse o diretor vencedor do Oscar a uma plateia de Hollywood após uma exibição do filme na segunda-feira.
"Nosso público pretendido são as pessoas que passaram os últimos 13, 14 meses sedentas e famintas pela verdade", disse Spielberg. "Elas estão por aí, e precisam de boas notícias."
Estrelado por Meryl Streep no papel de Katharine Graham, falecida publisher do jornal Washington Post, e Tom Hanks como o também falecido editor Ben Bradlee, "The Post" foi eleito como melhor filme de 2017 pela National Board of Review, um grupo centenário de acadêmicos, cineastas e profissionais sediado em Nova York, na segunda-feira.
Meryl Streep foi apontada como melhor atriz e Hanks como melhor ator, tornando o filme um candidato favorito ao Oscar.
Spielberg, um democrata renomado de Hollywood, não mencionou o presidente dos EUA, Donald Trump, em seus comentários --mas "The Post", que estreia em dezembro, chega aos cinemas em um momento no qual a mídia vem sofrendo ataques frequentes de Trump.
Ele rotulou a imprensa como "a inimiga do povo americano" e usa a expressão "notícias falsas" para lançar dúvidas sobre reportagens críticas a seu governo, muitas vezes sem oferecer provas que sustentem suas alegações.
O secretário de Justiça dos EUA, Jeff Sessions, disse em agosto que a administração Trump estava considerando exigir que os jornalistas revelassem suas fontes em meio ao empenho de Trump para impedir vazamentos à imprensa.
O filme dramatiza as decisões do New York Times e do Washington Post para publicar os altamente secretos Documentos do Pentágono, sobre a guerra do Vietnã diante das ações judiciais da administração Nixon em uma batalha que foi parar na Suprema Corte dos EUA.