(Reuters) - Raras vezes em sua carreira Steven Spielberg se intimidou diante de um desafio, fossem os animais assassinos de "Tubarão" ou os dinossauros ressuscitados de "Parque Jurássico", mas quando chegou a hora de criar um gigante para "O Bom Gigante Amigo", o diretor veterano achou a empreitada "muito intimidante".
"Normalmente a tecnologia não me intimida", disse Spielberg à TV Reuters. "Normalmente tento estar na linha de frente da tecnologia, mas desta vez estava em seu encalço. Levei um par de semanas para me adaptar e realmente perceber como poderia utilizar a ferramenta da captura de movimento da melhor maneira."
"O Bom Gigante Amigo", filme da Walt Disney que estreia nesta sexta-feira nos cinemas norte-americanos, conta a história de Sophie, uma órfã que encontra o Bom Gigante Amigo, interpretado pelo ator e vencedor do Oscar Mark Rylance, que ganhou vida graças à animação de captura de movimento.
O protagonista do filme, baseado no livro homônimo do autor britânico Roald Dahl, não é um gigante qualquer. Ele não devora crianças, ao contrário de seus pares, e em vez disso coleciona e cria sonhos para espalhá-los pelo país sob o manto da noite.
"Todo filme baseado em um livro traz à tona algo essencial do livro", afirmou Rylance. "No cinema, você precisa de experiência e uma trama. Por isso ele é muito fiel ao livro, mas é uma criatura diferente daquela do livro."
Quando Sophie, vivida pela novata Ruby Barnhill, vê o Bom Gigante Amigo certa noite, ele a leva de volta para sua casa na terra dos gigantes por medo de que ela revele seu segredo.
A corajosa garota logo se torna sua amiga e confidente e ajuda o gigante bondoso e gentil a não ser mais assediado por seus semelhantes maiores e grosseiros.
"O Bom Gigante Amigo" é o 30o filme do cineasta de 69 anos, que ganhou três Oscars ao longo de uma carreira de cinco décadas que inclui "Indiana Jones", "A Lista de Schindler" e "O Resgate do Soldado Ryan". Spielberg irá se dedicar ao quinto filme da franquia "Indiana Jones" com o astro Harrison Ford, que deve ser lançado em 2019.
"Fico realmente lisonjeado quando as pessoas gostam dos meus filmes, mas eu nunca os vejo como elas veem", contou. "Nunca conseguirei desfrutar a minha produção como as outras pessoas conseguem."
(Por Sarah Mills para TV Reuters)