Por Sabine Siebold e Andrew Gray e Johnny Cotton
BRUXELAS (Reuters) - O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse nesta quinta-feira que vê progresso nas negociações paralisadas com a Turquia sobre a proposta de adesão da Suécia e pretende que Suécia e Finlândia se juntem à aliança até a cúpula de julho.
Stoltenberg disse à Reuters que ele e o presidente turco, Tayyip Erdogan, concordaram que Turquia, Finlândia e Suécia se encontrariam na sede da Otan em meados de março "para abordar os desafios que enfrentamos quando se trata da ratificação turca do protocolo de adesão sueco".
Stoltenberg, que se reuniu com Erdogan na semana passada em Ancara, parecia mais otimista sobre o assunto do que nos últimos meses.
"Eu vejo progresso", disse ele em uma entrevista. "Meu objetivo é ter a Finlândia e a Suécia como membros plenos até a cúpula da Otan", que acontecerá na Lituânia de 11 a 12 de julho.
Suécia e Finlândia se inscreveram no ano passado para ingressar na aliança transatlântica depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, mas a Suécia tem enfrentado objeções inesperadas da Turquia.
Ancara acusa Estocolmo de abrigar o que a Turquia considera membros de grupos terroristas e exige sua extradição como um passo para dar luz verde à entrada da Suécia na Otan.
As negociações entre Finlândia, Suécia e Turquia estão paralisadas desde janeiro, depois que uma cópia do Alcorão foi queimada do lado de fora da embaixada turca em Estocolmo por Rasmus Paludan, líder do partido político de extrema-direita dinamarquês Hard Line.
Turquia e Hungria são os únicos aliados da Otan que ainda não ratificaram a adesão da Finlândia e da Suécia, embora Budapeste tenha dito que pretende garantir esta etapa para os dois países no início de março.
Stoltenberg disse que, independentemente da ratificação pendente, ambos os Estados nórdicos estão mais seguros do que antes de sua candidatura à Otan.
"Como parte do processo de adesão, vários aliados da Otan, incluindo os Estados Unidos, emitiram garantias bilaterais de segurança", afirmou ele.
"Portanto, é inconcebível que a Finlândia ou a Suécia enfrentem qualquer ameaça militar da Rússia sem que a Otan reaja."
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que não haveria ameaça para a Rússia se a Suécia e a Finlândia se juntassem à Otan, mas que Moscou responderia se a aliança liderada pelos EUA reforçasse a infraestrutura militar nos dois países nórdicos.
Ele tem citado repetidamente a ampliação pós-soviética da aliança da Otan para o leste em direção às suas fronteiras como uma razão para o que chamou de "operação militar especial" da Rússia na Ucrânia.