ESTOCOLMO (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores da Suécia disse nesta sexta-feira que continua esperançoso de que a Turquia ratificará a adesão planejada da Suécia à Otan quando o Parlamento turco se reunir novamente em outubro, conforme acordado com o presidente Tayyip Erdogan em uma cúpula da aliança em julho.
"O governo sueco não recebeu nenhum sinal durante o verão, a não ser o de que as cartas que foram colocadas naquela ocasião são válidas agora nessa questão e que a declaração dada em Vilnius ainda é válida", disse o ministro das Relações Exteriores, Tobias Billstrom, a repórteres após se reunir com membros visitantes do Congresso dos Estados Unidos.
A Suécia solicitou a adesão à Otan no ano passado em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia e a maioria dos membros da aliança rapidamente ratificou sua candidatura.
Mas a Turquia barrou, alegando preocupações com a cooperação em segurança.
Depois de meses de pressão, o presidente turco Tayyip Erdogan disse, após uma cúpula da Otan em Vilnius, em julho, que encaminharia a ratificação da candidatura da Suécia à Otan ao Parlamento em outubro, quando este se reunir novamente após as férias de verão.
Mas não há garantia de que a Suécia receberá sinal verde mesmo assim.
Billstrom afirmou que o Parlamento é uma instituição soberana, mas que o governo turco havia prometido em Vilnius garantir "a rápida ratificação" da adesão da Suécia pelo Parlamento.
"Acho que isso fala por si só", disse Billstrom. "Significa que o governo da Turquia está comprometido com a ratificação."
A Turquia tem afirmado que quer mais ação em relação ao que considera militantes que vivem na Suécia, principalmente membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e um grupo que Ancara acusa de orquestrar um golpe fracassado em 2016.
As tensões com a Turquia também aumentaram com as manifestações na Suécia, onde manifestantes queimaram cópias do Alcorão, enfurecendo muitos muçulmanos.
(Reportagem de Simon Johnson)