Por Sui-Lee Wee e Nicole LI
PEQUIM/HONG KONG (Reuters) - A China informou nesta sexta-feira que um sul-coreano teve um exame positivo para a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers, na sigla em inglês), o primeiro caso confirmado da doença na China, mas que não foram encontrados sintomas nas 38 pessoas que tiveram contato próximo com ele.
As autoridades sanitárias da província chinesa de Guangdong, no sul do país, disseram ser provável que a doença se espalhe, já que o paciente tinha tomado um ônibus, atravessado um movimentado posto de fronteira e se hospedado em um hotel.
"Como já dissemos antes, a possibilidade de transferência do Mers em Guangdong é muito alta", disse a jornalistas o diretor do Centro Provincial de Controle de Doenças de Guangdong, He Jianfeng. "Em tese, é possível ter um segundo caso."
Ele acrescentou, no entanto, que 38 pessoas que entraram em contato com o paciente até o momento não testaram positivo.
A Organização Mundial da Saúde disse nesta sexta-feira que foram confirmados dez casos da doença na Coreia do Sul, mas não houve propagação constante de humano para humano. A agência da ONU afirmou que não está recomendando o rastreamento de passageiros ou a imposição de restrições comerciais ou de viagem na Coreia do Sul devido ao surto.
"O vírus não está se comportando de maneira diferente. É transmissão direta, e não uma transmissão sustentada de humano para humano. Estão todos relacionados com o mesmo caso que veio viajando do Oriente Médio", disse o porta-voz da OMS Christian Lindmeier em entrevista coletiva em Genebra.
Identificado pela primeira vez em humanos em 2012, o Mers é causado por um coronavírus da mesma família que desencadeou o surto letal de Síndrome Respiratória Aguda Grave na China em 2003. Não há cura ou vacina.
(Reportagem de Sui-Lee Wee em Pequim e Stephanie Nebehay em Genebra)