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Surto de desastres naturais cobram um caro preço humano e econômico, diz ONU

Publicado 12.10.2020, 12:13
Atualizado 12.10.2020, 12:15

Por Stephanie Nebehay

GENEBRA (Reuters) - A quantidade de eventos climáticos extremos aumentou dramaticamente nos últimos 20 anos, cobrando um caro preço humano e econômico ao redor do mundo, e devem ser responsáveis por ainda mais estragos, afirmou a Organização das Nações Unidas, nesta segunda-feira.

Ondas de calor e secas serão a maior ameaça da próxima década, com temporadas continuando a crescer devido aos gases que retêm o calor, disseram especialistas.

China (577) e Estados Unidos (467) registraram o maior número de desastres entre 2000 e 2019, seguidos por Índia (321), Filipinas (304) e Indonésia (278), afirmou a ONU em um relatório publicado na véspera do Dia Internacional para a Redução de Risco de Desastres. Oito dos dez países estão na Ásia.

Cerca de 7.348 grandes desastres foram registrados globalmente, cobrando 1,23 milhão de vidas e afetando 4,2 bilhões de pessoas, com perdas econômicas de 2,97 milhões de dólares durante o período de duas décadas.

Secas, enchentes, terremotos, tsunamis, incêndios e eventos extremos de temperatura causaram muitos danos.

“A boa notícia é que mais vidas foram salvas, mas a má notícia é que mais pessoas estão sendo afetadas pela emergência climática cada vez maior”, disse a Representante Especial para a Redução de Risco de Desastre do Secretário-Geral da ONU, Mami Mizutori, em uma entrevista coletiva.

Ela pediu que os governos investissem em sistemas de alerta e implementassem estratégias de reduções de risco.

Debarati Guha-Sapir, do Centro de Pesquisa em Epidemiologia de Desastres na Universidade de Louvain, Bélgica, que forneceu dados para o relatório, afirmou: “Se este nível de crescimento de eventos extremos de clima continuar ao longo dos próximos 20 anos, o futuro da humanidade realmente parece desolador”.

“Ondas de calor serão nosso maior desafio nos próximos 10 anos, especialmente em países pobres”, disse.

O último mês foi o setembro mais quente do qual se tem registro, com temperaturas altas fora do comum na Sibéria, no Oriente Médio e em partes da América do Sul e da Austrália, disse o Serviço de Mudança Climática Copernicus da União Europeia.

Temperaturas globais continuarão a crescer ao longo dos próximos cinco anos e podem temporariamente subir para mais de 1,5 graus celsius além dos níveis pré-industriais, afirmou a Organização Mundial de Meteorologia (WMO, sigla em inglês), em julho. Os cientistas estabeleceram 1,5 graus celsius como o teto para evitar um catástrofe climática.  

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