SÃO PETERSBURGO, Rússia/OSH, Quirguistão (Reuters) - O homem que a polícia russa acredita ser o homem-bomba que matou 14 pessoas em uma explosão no metrô de São Petersburgo nesta semana desenvolveu um interesse sobre o Islã e logo após viajou à Turquia, antes do ataque, disseram à Reuters duas pessoas que o conheciam.
As duas pessoas disseram não ter certeza se o homem, Akbarzhon Jalilov, foi à Turquia ou para a vizinha Síria. A Turquia tem sido usada por radicais islâmicos como rota para áreas da Síria controladas pelo Estado Islâmico.
Caso Jalilov tenha estado na Síria, isto iria expor um grande buraco nas medidas antiterrorismo da Rússia, que se baseiam fortemente na identificação de pessoas que estiveram com militantes na Síria e no impedimento da volta delas à Rússia, ou prisão destas pessoas.
A explosão no metrô aconteceu na tarde de segunda-feira, assim que o presidente russo, Vladimir Putin, visitava São Petersburgo. Nenhum grupo reivindicou responsabilidade. Mas o Estado Islâmico ameaçou atos de violência em solo russo como represália pela intervenção militar do Kremlin na Síria em apoio ao presidente Bashar al-Assad.
Jalilov, o possível homem-bomba, nasceu em 1995 e cresceu na cidade de Osh, no Quirguistão, ex-república soviética de maioria muçulmana na Ásia Central.
Por volta de 2011, ele se mudou para São Petersburgo. Ele trabalhou em empregos de baixos salários por diversos anos. Fotografias publicadas nas redes sociais mostrava um homem jovem vestido de maneira estilosa. Suas publicações online não indicavam quaisquer ligações com militantes islâmicos.
Mas há um vazio na biografia de Jalilov a partir do final de 2015 até o início deste ano. Durante este período, diversos conhecidos disseram que ele desapareceu.
Ele reapareceu ao visitar Osh em fevereiro deste ano. Em março, ele voltou a São Petersburgo e alugou um apartamento, de onde saiu no dia do ataque a bomba carregando uma mochila de acampar e uma bolsa.
Falando com diversas pessoas que conheciam Jalilov bem, a Reuters não pôde montar uma imagem de sua vida nos anos desaparecidos.