Por Max Hunder
KIEV (Reuters) - O suspeito de uma aparente tentativa de assassinato contra o candidato à Presidência dos Estados Unidos Donald Trump era visto como um problema por alguns soldados e voluntários na Ucrânia, onde ele se ofereceu para recrutar afegãos para o Exército ucraniano, disse uma ex-soldado em entrevista à Reuters nesta terça-feira.
O suspeito Ryan Routh, de 58 anos, que foi preso 40 minutos depois do incidente no domingo em um dos campos de golfe do ex-presidente na Flórida, mostrou publicamente o seu apoio à Ucrânia e passou um período em Kiev depois que a Rússia lançou a invasão em 2022 contra a Ucrânia.
"Ele era delirante... ele achava que era o único que sabia como ajudar os ucranianos", disse Evelyn Aschenbrenner, ex-soldado da Legião Estrangeira na Ucrânia, em entrevista à Reuters via Zoom de Lviv.
A Reuters verificou documentos que confirmam o serviço militar de Aschenbrenner nas forças ucranianas. A cidadã dos EUA disse que ela e Routh serviram em uma função burocrática na Legião por dois anos a partir de março de 2022.
De acordo com o governo ucraniano, Routh não lutou no país na Legião Estrangeira ou em qualquer outra unidade militar.
"Vimos pelas notícias que o suspeito apoiou publicamente a Ucrânia, mas há centenas de milhões de pessoas nos EUA que apoiam a Ucrânia e claramente trata-se de um grupo diverso de indivíduos”, disse o porta-voz do ministério das Relações Exteriores ucraniano, Heorhii Tykhyi, em entrevista a jornalistas na terça-feira.
Capturas de tela compartilhadas com a Reuters por Aschenbrenner mostram mensagens pedindo para Routh parar de tentar ser um recrutador em nome da Ucrânia por estar atuando fora dos meios oficiais. Ele respondeu agressivamente.
Aschenbrenner disse que todos aqueles que tiveram contato com Routh acabavam irritados com o seu comportamento e passavam a acreditar que ele representava um potencial problema para a causa ucraniana.