GENEBRA (Reuters) - A Síria rejeitou nesta quinta-feira uma resolução do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) que criticou seus bombardeios aéreos táticos, alegando que o uso de recipientes contendo óleo cheios de explosivos e estilhaços lançados por aeronaves, conhecidos como bombas de barril, é uma questão "técnica" que não é da conta da entidade sediada em Genebra.
Os Estados Unidos e 10 países europeus e árabes apoiaram a resolução, repudiando o uso de armas químicas, como o gás cloro, e o emprego que autoridades sírias fazem de bombas de fragmentação, mísseis balísticos e bombas de barril.
O embaixador da Síria, Hussam Eddin Aala, afirmou que os críticos de Damasco são hipócritas que apoiam os "terroristas" em solo sírio e que a resolução é seletiva e preconceituosa.
Ele disse que tentar envolver o Conselho em suas próprias pautas políticas "usando pretextos fabricados, como a situação humanitária e o assim chamado uso de barris explosivos, é uma conduta que deprecia a credibilidade e a seriedade do Conselho – levando(-o) a intervir em questões técnicas."
O embaixador britânico, Julian Braithwaite, que apresentou a resolução, disse que o texto foi sujeito a consultas amplas e exortou os lados em conflito a respeitar os direitos humanos, pôr fim à violência e se ater à lei internacional.
A resolução foi aprovada por 29 votos a 6, com 12 abstenções.
Uma das nações que rejeitaram a resolução foi a Rússia, aliada da Síria, cujo representante, Anatoly Viktorov, diretor-geral de assuntos humanitários e de direitos humanos do Ministério das Relações Exteriores, afirmou ser "mais uma iniciativa anti-Síria no Conselho".
(Reportagem de Tom Miles)