Por J.R. Wu
TAIPÉ (Reuters) - A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, disse neste sábado que o país será “calmo” nas relações com a China, mas afirmou que as incertezas relativas a 2017 vão testar a ilha de administração própria e sua equipe de segurança, mesmo após ter se comprometido com a paz.
A China tem grandes reservas quanto a Tsai, que, de acordo com o governo chinês, quer pressionar pela independência formal da ilha, que a China considera uma província renegada.
Em coletiva de imprensa de fim de ano, Tsai afirmou que Taiwan é uma “nação soberana, independente”, repetindo seu mantra de governo. Ela afirmou estar aberta a conversas com a China, mas lembrou que os acontecimentos recentes não ajudam nas relações bilaterais.
“Mesmo com alguma incerteza, manteremos a paz e a estabilidade, enquanto esperamos encontrar novas possibilidades”, afirmou Tsai. “Isso vai testar a resiliência de todo o nosso time de segurança e do governo em geral.”
O presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, causou reações negativas de China neste mês quando falou com Tsai por tolefone, o que causou incertezas do compromisso de sua administração com a política de “uma China” de Pequim.
O setor militar chinês ficou alarmado com o que vê como apoio de Trump a Taiwan, e está considerando adotar medidas para impedir a ilha de obter a independência, disseram fontes com laços militares.
As relações entre a China e Taiwan pioraram no mandato de Tsai, eleita em janeiro e que chefia o Partido Democrático Progressista, pró-independência.
Pequim quer que Tsai se comprometa com o princípio da “China única”, mas já se passaram sete meses de mandato e ela ainda não fez isso.