Por Jibran Ahmad
PESHAWAR, Paquistão (Reuters) - O Taliban afegão disse que uma intensa disputa interna que minava o movimento foi resolvida depois que familiares do ex-líder do grupo, o mulá Omar, prometeram apoio ao militante nomeado como sucessor, mulá Mansour.
Os parentes não puderam ser contatados diretamente, mas um assessor próximo ao filho de Omar confirmou que o acordo tinha sido firmado em uma cerimônia secreta após Mansour aceitar uma lista de oito reivindicações.
"O mulá Mansour aceitou todas essas demandas", disse o assessor, que pediu que não fosse identificado.
As condições incluíam a reestruturação do conselho de liderança e a governança por consenso. O porta-voz oficial do Taliban, que representa o mulá Mansour, confirmou que as mudanças seriam implementadas.
O Taliban anunciou a morte do mulá Omar em julho, mais de dois anos depois de sua morte, o que inviabilizou um processo de paz incipiente com as autoridades afegãs e levantou o espectro de uma divisão dentro do grupo que luta para derrubar o governo e restaurar um regime islâmico linha-dura.
O Taliban foi deposto em 2001 por uma coalizão militar liderada pelos Estados Unidos, mas trava uma insurgência cada vez mais violenta contra o governo apoiado por países estrangeiros, levando a baixas civis estimadas pela ONU em cerca de 5.000 pessoas nos primeiros seis meses do ano.
(Reportagem de Jessica Donati)