MOSCOU (Reuters) - O Azerbaijão disse neste domingo que estabeleceu um posto de controle na única rota terrestre para a região contestada de Nagorno-Karabakh, uma medida que foi seguida por denúncias de tiroteios na fronteira por parte das forças azeri e armênia.
Nagorno-Karabakh é reconhecido internacionalmente como parte do Azerbaijão, mas seus 120.000 habitantes são predominantemente de etnia armênia e se separou de Baku em uma guerra no início dos anos 1990.
O Azerbaijão disse ter estabelecido um posto de controle na estrada que leva a Karabakh, uma medida que disse ser essencial devido ao que classificou como o uso da estrada pela Armênia para transportar armas.
O Azerbaijão "tomou as medidas apropriadas para estabelecer o controle no ponto inicial da estrada", disse o Ministério das Relações Exteriores.
"Fornecer segurança nas fronteiras, bem como garantir o tráfego seguro nas estradas, é prerrogativa do governo do Azerbaijão e um pré-requisito essencial para a segurança nacional, a soberania do estado e o estado de direito."
A Armênia disse que o posto de controle na ponte Hakari no corredor Lachin foi uma violação grosseira do acordo de cessar-fogo de 2020, que encerrou uma guerra de 2020. Ele exortou a Rússia a implementar o acordo que afirma que o corredor Lachin, a única estrada através do Azerbaijão que liga a Armênia a Nagorno-Karabakh, deve estar sob o controle das forças de paz russas.
"Pedimos à federação russa que finalmente implemente a declaração trilateral", disse o Ministério das Relações Exteriores da Armênia sobre o acordo mediado pelo presidente russo, Vladimir Putin.
O governo dos EUA disse estar "profundamente preocupado" com o fato de o Azerbaijão estabelecer o posto de controle na única rota terrestre para a região contestada de Nagorno-Karabakh, dizendo que isso prejudica os esforços pela paz na região.
O Departamento de Estado dos EUA também disse que deve haver movimento livre e aberto de pessoas e comércio no corredor Lachin e incitou os dois lados a retomarem as negociações de paz.
(Reportagem de Guy Faulconbridge; reportagem adicional de Kanishka Singh)