Por Phil Stewart e Idrees Ali
WASHINGTON (Reuters) - Tensões entre os Estados Unidos e a Rússia não irão “entrar em uma espiral fora de controle” após os ataques a mísseis de cruzeiro dos EUA na semana passada contra uma base aérea síria, disse nesta terça-feira o secretário de Defesa norte-americano, Jim Mattis, descrevendo o ato como uma resposta única ao uso sírio de armas químicas banidas.
O presidente Donald Trump, em sua maior decisão de política externa desde assumir, em janeiro, ordenou os ataques após concluir que a Síria realizou um ataque com gás nervoso em um território tomado por rebeldes, matando 87 pessoas, muitas delas crianças.
A Rússia, que tem assessores em solo auxiliando o presidente sírio, Bashar al-Assad, alertou que o ataque norte-americano pode ter consequências sérias. A Síria nega envolvimento.
“Isto não irá entrar em uma espiral fora de controle”, disse Mattis a repórteres no Pentágono.
“Estou confiante de que os russos irão agir de acordo com o melhor interesse e não há nada de melhor interesse do que dizer que eles querem que esta situação saia de controle”.
Mattis alertou repetidamente que as forças militares dos EUA continuam prontas para agir novamente caso Assad use armas químicas, dizendo nesta terça-feira que Assad iria “pagar um preço muito, muito caro”.
Ao mesmo tempo, ele reconheceu que Trump autorizou somente um ataque, o que significa que as forças militares dos EUA não têm automaticamente a autoridade para atacar novamente caso Washington determine outro caso de uso de armas químicas.
Mattis também buscou minimizar preocupações sobre o desenvolvimento da missão do Pentágono, dizendo que o foco militar dos EUA na Síria ainda é a luta contra militantes do Estado Islâmico, não se envolvendo na complicada guerra civil síria entre Assad e seus oponentes.
“O resto da campanha continua em curso exatamente como estava antes da violação de Assad”, acrescentou Mattis.