BUENOS AIRES (Reuters) - Uma testemunha-chave da Lava Jato no Brasil disse nesta quinta-feira que pagou propinas ao atual chefe de inteligência da Argentina, onde a Justiça investiga uma rede local de corrupção, disse à Reuters uma fonte judicial que presenciou a declaração.
O depoimento judicial de Leonardo Meirelles, que era operador da Odebrecht, acontece em um momento em que a empreiteira busca firmar acordos de colaboração com a Justiça dos países onde têm negócios.
"Meirelles confirmou as transferências, que disse que foram 10 ou mais no montante total de 850 mil dólares. As transferências obedeciam o pagamento de propinas" ao atual titular da agência argentina de inteligência, Gustavo Arribas, disse a fonte.
De acordo com a fonte, Meirelles disse aos promotores argentinos no depoimento por videoconferência que os pagamentos foram realizados pela Odebrecht ou pela também empreiteira brasileira OAS em 2013, quando Arribas não era funcionário e vivia em São Paulo, e que os comprovantes das transferências estão em poder da Justiça brasileira.
(Reportagem de Nicolás Misculin)